Presidida pelo presidente da Federação Mineira do Cerea, Adão Alves da Silva, Sacramento sediou no domingo, 3, o XVII Encontro Estadual dos Cereas – Centro de Recuperação de Alcoólatras, com a participação de mais de 30 presidentes e ou representantes de Cereas dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás.
Prestigiando o Encontro, o prefeito Wesley De Santi de Melo; presidente do União Nacional do Cerea – UniCerea, Osterno de Oliveira Braz; o vice-prefeito Pedro Teodoro Rodrigues Rezende; vereador José Américo; coordenador do Proer,cabo Maurício Matias, representando a Polícia Militar e cereanos de mais de 20 cidades.
João Batista de Morais, da cidade do Prata e coordenador do Encontro Regional, abriu o encontro, destacando que o encontro anual tem como objetivo a troca de informações entre todos os Cereas do estado. “É um momento de saber como andam os Cereas do estado de Minas Gerais, além de trocar experiências, uma vez que participam representantes de outras regiões, como por exemplo dos estados de São Paulo e Goiás, únicos estados que têm Cereas em funcionamento”, disse.
De acordo com Morais, os Cereas estão começando a se expandir fora desses três estados. “Aos poucos, o número de Cereas está crescendo, já há alguns no Mato Grosso, Tocantins e temos um no Japão e outro em Portugal. Graças a Deus está expandido, as pessoas estão entendendo a sua função e sua importância.”, disse mais.
Enaltecendo sua importância, o coordenador disse mais que “o Cerea representa em qualquer cidade uma ajuda para a área de segurança pública, para área de saúde, porque a pessoa não estando envolvido com o alcoolismo vaio diminuir os índices de acidentes e violência causados pelo álcool”.
Alcoolismo é uma doença incurável, que onera muito a saúde, com internações, além de afastamentos do trabalho. São vários os problemas oriundos do alcoolismo e a cura, as pessoas recebem de graça no Cerea, que é o hospital público onde o alcoólatra não paga nada e o tratamento é para a família inteira se quiser”, destaca.
O coordenador Morais elogiou a presença das autoridades no encontro, destacando a sua importância, que “é de suma importância essas presenças, aliás deveria ter outras autoridades inclusive religiosas para ajudar a salvar vidas, ajudar a recuperar pessoas”, elogia.
“A sociedade precisa perder o preconceito contra o Cerea”, diz presidente nacional
Osterno de Oliveira Braz, presidente da União Nacional dos Cereas, veio de Barretos prestigiar a reunião. Falando ao ET, esclareceu que o Estado para filiar-se ao Unicereas precisa ter no mínimo 20 Cereas em funcionamento. “Mato Grosso está começando agora, Tocantins também, mas ainda não há o mínimo exigido pra federar, porém eles não deixam de ter o nosso apoio, a nossa presença e incentivo”, disse.
Falando sobre o Encontro, destacou a interação entre os diversos Cereas. “As experiências trocadas, as ações que rendem bons resultados e também a organização de cada Cerea, além de uma aproximação maior entre todos os Cereas são pontos essenciais para atingirmos nosso objetivo proprietário, a recuperação e prevenção do alcoolismo”, afirmou, destacando também outra meta do Unicerea: Tornar o Cerea mais conhecido.
Participando da abertura do encontro, o prefeito Wesley, falou da satisfação de a cidade poder sediar um evento de tal natureza. “O Cerea faz um trabalho muito relevante, que é o de ressalvar vidas, prevenir contra o vício do álcool. No mundo em que as portas estão abertas para as drogas e tantas facilidades para o vício, a responsabilidade de vocês, o trabalho que vocês fazem é de grande alcance social”, disse, parabenizando-os pela organização do evento e pela participação de tantas cidades. O prefeito recebeu dos representantes da federação e do presidente do Unicerea, troféu e brindes alusivos ao encontro.
Além do depoimento de cada um dos representantes de Cereas, o Encontro foi abrilhantado por uma apresentação de capoeira e uma peça de teatro encenada por cereanos.
Do que o Cerea está precisando?
A quatro autoridades cereanas foi feita a pergunta: o Cerea precisa de quê? Veja a resposta de cada um.
O Cerea precisa de apoio das autoridades e da sociedade de um modo geral, para que trabalhem juntos, porque o álcool é a porta de entrada para outras drogas e é no Cerea que aprendemos a evitar a primeira dose. A sociedade precisa perder o preconceito contra o Cerea, acabar com a idéia de que no Cerea só vão pessoas bêbadas e pobres. Ora, o alcoolismo não escolhe classe social, nem idade, nem cor, nem raça. O Cerea tem um trabalho de prevenção muito importante junto à família, porque toda a família fica doente com o alcoólatra”.
Do presidente Nacional do Unicerea, Osterno de Oliveira Braz, que começou a inbgerir bebida alcoólica aos 11 anos. “Fui um bêbado até os 23 anos e graças a Deus, há 36 anos estou sóbrio e tenho fé em Deus de que vou morrer sem nunca mais beber álcool. Perdi a parte mais bela da minha vida com o álcool, mas eu reencontrei a vida no Cerea e entreguei a minha vida para o Cerea. Não medimos esforços para fazer esse trabalho voluntário, porque no Cerea ninguém é remunerado”.
Nossa prioridade é o bêbado
“Pode ter sede nova, pode ter micronônibus, pode ter Kombi, pode ter qualquer tipo de bens, mas a nossa prioridade continua e será sempre o bêbado, a pessoa que está caída, são para elas e por elas que existe o Cerea. Todas as nossas ações e metas devem ser voltadas para a recuperação da vida humana. Portanto, o Cerea precisa do apoio da sociedade, menos preconceito da sociedade. A sociedade precisa conhecer e reconhecer a importância do nosso trabalho. São milhares de pessoas recuperadas, bastando apenas que elas queiram. Rodamos 500 km para estarmos aqui. O pessoal de Trindade, de Morrinhos roda mais de 1000 km e nós não temos verba específica pra isso, no Cerea tudo é gratuito. Temos 32 cereas no Estado e é difícil uma prefeitura que ajuda o Cerea como a de Sacramento e ficamos felizes com isso. A presença do prefeito, do vice, do vereador muito nos envaidece, isso nos dá uma esperança nova e serve de exemplo para outras cidades”.
(Adão Alves da Silva, presidente da Federação Mineira dos Cerea, residente na cidade do Prata)
Buscando experiências
“Vimos buscar ensinamentos, sabedoria, a experiências de outras pessoas, porque o Cerea de Minas Gerais é um dos mais bem organizados no país e tudo aquilo que aprendemos nessas reuniões levamos para os 89 cereas do Estado de Goiás. Aqui é um Encontro estadual, mas é muito importante essa união dos Cereas, um enriquece o outro. Tudo isso que vemos aqui é inovação e pretendemos fazer um grande encontro em Goiás”.
(José Francisco da Silva, presidente da Federação Goiana de Cereas, residente em Morrinhos, cereano há 32 anos.
Novo veículo
“Precisamos de um veículo maior para atender as 70 pessoas que participam semanalmente do Cerea e precisamos de um muro na nossa sede. Já falamos com o prefeito no primeiro ano do governo, já vai para o terceiro ano e nada de muro, estamos aguardando”.
(Olício Inácio dos Santos, Zezeu, presidente do Cerea de Sacramento)