Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Conselho e Secretaria realizam Assembleia de Saúde

Edição n° 1266 - 15 Julho 2011

Com o objetivo de discutir e aprovar propostas em cima do tema estadual e nacional, 'Todos usam SUS' e eleger delegados que participarão da regional no mês de agosto, o Conselho Municipal de Saúde e a Secretaria de Saúde  realizaram no município, no último dia 7, a I Assembleia Municipal de Saúde. 

“- Na verdade, todos usam SUS, embora muita gente diga que não. Mas usam. Quando uma criança nasce, seja por internação pública ou particular, aqui ou em qualquer outro lugar, ela deve tomar as vacinas, que são fornecidas pelo SUS, campanhas de vacinação, campanhas de combate à dengue para proteger toda a população vêm do SUS. Enfim, todo serviço de saúde pública que visa a população é mantido pelo SUS. Dizer que não usa o SUS é um equivoco muito grande de muitas pessoas. 96% da população usam o SUS, querendo ou não, por isso queríamos que a população tivesse participado mais, embora a participação tenha sido muito boa”, disse o secretário Edward Meirelles, falando sobre a assembleia.

Aberta a toda sociedade, a Assembleia contou com a participação da presidente do Conselho Municipal, Ivana Cândida Leite da Cunha e do secretário Edy Meirelles, que coordenaram os trabalhos, além dos membros do Conselho, boa parte dos funcionários da saúde, representantes de vários segmentos da população e autoridades. Entre elas, o prefeito Wesley De Santi de Melo; o vice-prefeito Pedro Theodoro Rodrigues Rezende e promotor de Justiça, José do Egito de Castro Souza.

União e estados não cumprem Emenda 29
A grande discussão da assembleia girou em torno da Emenda 29, que obriga a união e os estados a aplicarem 10% e 12%, respectivamente, do orçamento, na Saúde e, no entanto, gastaram com saúde apenas 5 e 6,8%.
Para o secretário Edy, a discrepância é muito grande. “Sacramento e tantos outros municípios  injetam na saúde  cerca de 23% do orçamento anual. Isso, em Sacramento, equivale a R$ 1.090.000,00 por mês. O Estado mandou para Sacramento, no ano passado apenas  R$ 600 mil, e nesse valor estão  embutidos os R$ 270 mil para construção do prédio do posto Hermócrates Correia, no Perpétuo Socorro”,, informou. 
Segundo os conselheiros, o equívoco está na aplicação indevida dos recursos. Por exemplo, o Estado considera como ações de saúde, o pagamento dos servidores do Ipsemg, do Hospital Militar e da Copasa, por exemplo, sendo que os servidores públicos pagam pelo serviço, com desconto em folha’’. 
Outra proposta discutida foi a Tabela SUS, completamente defasada. “Pelo que sei nunca houve reajuste da tabela”, disse Edy, informando que o SUS paga R$ 15,00 por uma vasectomia. “Por outros procedimentos de atendimento, diagnóstico, o SUS paga R$ 12,00 e isso é impossível’’, frisou o secretário.
‘‘Por isso - prosseguiu - vamos pedir uma nova tabela   com preços atualizados. Não queremos reajuste, queremos atualização dos preços, porque se derem reajuste de 100%, os preços sobem para R$ 30,00, R$ 24,00, mas não ficam atualizados, não pagam os procedimentos”. 
Avaliando a Assembléia, Edward disse que ela atingiu o objetivo. “Tivemos propostas importantes e efetivas, foram eleitos quatro delegados para a conferência estadual. A participação do promotor, do prefeito e vice foram altamente benéficas e acredito que esse processo vai ajudar muito na consolidação  do SUS, que está ainda com 23 anos, mas com muita coisa ainda por se fazer, embora hoje a população tenha um acesso à saúde que não tinha antes. Hoje, mal ou bem o SUS atende 150 milhões de pessoas, porque ele garante o acesso à Saúde”, concluiu o secretário Edy. 
Secretário justifica atraso de ambulância 
O secretário Edy Meirelles  foi questionado lpelo ET sobre o que a Secretaria de Saúde pode fazer para maior rapidez da ambulância no atendimento a acidentados, como  o que ocorreu com João Jaguarinha, no dia 24,  quando o veículo chegou ao local depois de 20 minutos, conforme relatou uma testemunha, e que, segundo ela, ligou 15 vezes na Santa Casa.
“Essa é uma questão complexa. Eu fiz o trajeto do hospital até lá e é impossível chegar lá em cinco minutos. Da Santa Casa ao local do acidente, eu gastei 12 minutos em veículo particular, numa média de 45km/h, que na cidade é muito. Eu acredito que a ambulância chegou ao local em tempo hábil”, afirmou.
De acordo com o secretário, a população tem uma idéia equivocada de ambulância. “A ambulância não fica parada no hospital esperando uma urgência. Ela atende o dia todo aos chamados de pacientes da cidade para fazerem uma consulta na Santa Casa ou nos Postinhos, coisa que não se faz em lugar nenhum. A ambulância em Sacramento, a maior parte do tempo,  faz o serviço de taxi. E  aí está o problema. Quando o motorista recebeu o chamando de urgência, ele não estava na Santa Casa, ele estava com uma pessoa que estava passando mal, mas não era urgência. Entre levar um ao hospital e atender o outro leva um tempo”, justificou. 
Edy explicou que o atendimento da ambulância foi relativamente rápido, o agravante foi a gravidade do acidente. “Qualquer membro amputado num acidente e que tenha artérias a perda de sangue é muito grande. E a ambulância jamais teria como chegar ao local em cinco, dez minutos”. 
Ao ser questionado sobre as outras quatro ambulâncias em serviço, o secretário respondeu que elas atendem a uma demanda muito grande de pacientes que se deslocam para outras cidades para fazer exames e lá permanecem aguardando o retorno. De volta à cidade, normalmente à tarde ou já de noite, os motoristas vão para o descanso, porque de madrugada já reiniciam esse transporte. Tem ambulância que chega de Barretos sete, oito horas da noite para voltar na madrugada seguinte. Tem que haver um tempo de descanso, de manutenção. Não podemos colocar pacientes que vão sair às 3h30 pra Barretos em risco”, explicou.