Duas propostas apresentadas e endossadas pelos produtores de café foram aprovadas no I Fórum de Café de Sacramento, realizado na última sexta-feira, 29 de abril, no Parque Náutico de Jaguara: A primeira, é que o prefeito invista no programa do café no município, com a finalidade de aumentar o parque cafeeiro, podendo gerar 600 novos empregos na época de colheitas. A segunda proposição é a de pleitear da Cocapec, o início do processo de beneficiamento e até a industrialização do café, para que ela não fique apenas com a exportação do café em grão”.
Presente ao encontro com o secretário de Agricultura e Pecuária, Luiz Constantino Bizinotto, o prefeito Wesley De Santi de Melo, falou da importância do Fórum e sobre o apoio da Prefeitura. “O café foi sempre uma cultura de destaque em nosso município, devido a muitos fatores favoráveis. Perdeu um pouco a força, mas está sendo revitalizada, novamente. Acatamos essa proposta tirada no Fórum e vamos de fato iniciar incrementar mais ainda as ações que viabilizem o aumento da produção do café no município. Pois, muita coisa já fizemos, como por exemplo, a distribuição de milhares de mudas”, avaliou o prefeito.
O Fórum foi uma iniciativa do empresário, proprietário do parque, Ivan Sebastião Barbosa Afonso, associado da Cocapec, através de parcerias com a própria cooperativa, Sindicato dos Produtores Rurais de Sacramento e apoio da Prefeitura. reunindo um bom número de produtores de café do município e região. A boa notícia é que a Cocapec, que tem sede em Franca, abrirá um posto de serviço em Sacramento, o de nº 5, que vai se somar aos postos de Claraval, Pedregulho, Capetinga e Ibiraci.
Falando sobre o evento, o empresário Ivan explicou que sua proposta é a de trazer novas tecnologias, novos investimentos na área de economia regional. “Vamos pegar diversos setores da economia regional (café, leite, batata, madeira, cana, dentre outros) e trazê-los para cá para discussão em âmbito regional. Com isso visamos o aumento da produção e a geração de novos empregos”.
De acordo com informações do agrônomo da Emater local, Roberto Carlos Mendes, o município de Sacramento possui atualmente, cerca de 2,5 milhões de pés de café, distribuídos em 5.500 hectares, sendo 1.700 hectares em formação e 3.800 em produção. “São cerca de 90 produtores variando entre grande, médio e pequenos”, informou Mendes.
Café do município é de altíssima qualidade
João Alves Toledo Filho, presidente da Cocapec, elogiando a iniciativa de Ivan Sebastião Barbosa, fala da vinda da Cooperativa para Sacramento. “A sugestão foi dada pelo nosso associado Ivan, o que veio reforçar o interesse da cooperativa pela região, que tem características extremamente positivas na produção de café, nosso carro chefe hoje. O café de sacramento é de altíssima qualidade e faz parte da Alta Mogiana, pelas características do café que produz”, afirmou.
O presidente vislumbra para a Cooperativa, em Sacramento, um bom desenvolvimento da cafeicultura a médio e longo prazo, dadas as qualidades do solo, do clima, da topografia e isso aliado aos interesses do Poder Público e da população. Sacramento pode tornar-se uma grande produtora cafeeira. O prefeito Wesley tem dado um respaldo muito grande para a cafeicultura no município e isso é muito bom”, disse, informando que a Cocapec na cidade vai funcionar no prédio da Casemg. “Temos um contrato de exclusividade com a Casemg e vamos funcionar lá provisoriamente como depósito, depois vamos instalar uma loja e aos poucos iremos expandindo”, informou.
De acordo com João Toledo, como o próprio nome indica, a Cocapec é do cooperado, mas oferece muito em termos de cooperativismo. “A Cocapec é uma repassadora do café do cooperado, e trabalha não só nesse aspecto, mas também no fornecimento de insumos, busca o melhor preço de mercado, além do Credito Cocapec. O produtor sozinho hoje, nesse universo globalizado, de concorrências acirradas em que vivemos tem que estar organizado. A Cocapec é a reunião de produtores de café, trabalhando para produtores de café. Contamos hoje com dois mil associados, tivemos um faturamento muito significativo no ano passado, R$ 407 milhões” informou mais, destacando que a Cocapec tem apenas 25 anos de idade.
João Toledo informa que o café ainda é o ouro negro do país, perdendo apenas para o petróleo. “Depois do petróleo, o café é a segunda maior 'commodity' (mercadoria – grifo nosso) do mundo, sendo um dos principais responsáveis pela balança de pagamento e geração de empregos”, disse.
Informa mais o presidente que o consumo mundial de café é crescente. “E o Brasil ainda é o maior produtor mundial de café, embora ele não lidere o ranking de área plantada, ele perde para a cana e a soja em área plantada, mas há que se destacar que são culturas regionalizadas, a cana e a soja não conseguem entrar nas regiões cafeeiras e, hoje com a valorização do café, acredita-se que o café vai entrar em áreas de cana” finalizou.
Maurício Miarelli, diretor da CrediCocapec, falando da expectativa da vinda para a Sacramento, afirmou que a Credi da cooperativa vem para o município para ser “uma associada, uma companheira uma parceira dos cafeicultores”.
Destacou também a noção de ser empreendedor coletivo, que, no Brasil, ainda gera muita resistência. “Na realidade, na cooperativa corre o contrário, vamos resolver nossos problema se estivermos unidos. Estando unidos e muito bem organizados, podemos quase tudo, esse é o cenário que nos motiva. Trabalhamos dentro da filosofia de que, quem não tem dinheiro, tem que ter organização para crescer e ficar em pé de igualdade”, afirmou.
De acordo com Miarelli, “a CrediCocapec é uma empresa com um expertise grande na área da cafeicultura, tanto na área de comercialização como de produção e especializada em crédito ao produtor de café. Na verdade, o que queremos é trabalhar com o produtor de café, que é o assunto que entendemos bem, conhecemos o mercado nacional e internacional e oferecemos aquilo que sabemos fazer, trabalhar com café com qualidade”, ressaltou.
Cocapec
Fundada em 11 de julho de 1985, em Franca (SP), a Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), nasceu como um núcleo da Cooperativa Central Agropecuária do Paraná (Cocap). Após dois anos, a experiência adquirida com a Cocap estimulou os cafeicultores da Alta Mogiana a criarem uma cooperativa própria, através da iniciativa de um grupo que decidiu, em assembléia geral, assumir as instalações que compunham um armazém de café com capacidade para 150 sacas, uma usina de rebenefício e o prédio administrativo da antiga Cocap. Foi com esta iniciativa que muitos produtores conheceram o valor do sistema cooperativista.
Com um trabalho sério, a Cocapec conseguiu promover o crescimento do setor. E apesar de ter iniciado suas atividades com quase 300 associados em seu primeiro ano de funcionamento, hoje, aos 25 anos, conta com 2.000 cooperados.
A Cocapec transformou o cenário da cafeicultura da região, motivou o desenvolvimento tecnológico no campo, criou condições melhores na aquisição de produtos, dinamizou a compra e venda de café e trabalhou com seus cooperados a melhoria da qualidade de um produto que tem grande importância no cenário econômico mundial. Nesta trajetória de sucesso, a Cocapec projetou o café da Alta Mogiana para o Brasil e exterior. Hoje, em todos os lugares onde a Cocapec atua, busca o desenvolvimento e a prosperidade. A sua história iniciou em Franca, mas não parou aí. Atualmente, além da matriz, são mais cinco unidades e atende em mais de 25 municípios.