Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Arquivo Público recupera documentos históricos

Edição n° 1287 - 09 Dezembro 2011

O secretário de Cultura e Turismo, Amir Salomão Jacob, inaugurou, na tarde do dia 1º de dezembro, na Sala Esperança Gobbo, do Arquivo Público, o acervo de documentos e mapas históricos do município de Sacramento que datam do século XIX, durante o tempo em que o Desemboque era ainda sede de julgado, e início do 20.

A cerimônia, que iniciou com as bênçãos do local, proferidas por Pe. André Camargo, contou com a presença do prefeito Wesley De Santi de Melo, presidente da Câmara, José Maria Sobrinho, vice-prefeito PedroTeodoro Rodrigues, vereadores, secre-tários e alguns convidados.

Ao explicar os motivos de todo o trabalho de empacotamento de cerca de 400 documentos entre livros e folhas avulsas, além de mais de 100 mapas e plantas de prédios,  o secretário explicou como foi feito o trabalho. “Tivemos todo o cuidado possível para acudir ao máximo os documentos, num trabalho minucioso de limpeza. Primeiro, usando pinceis, varremos página por página dos documentos, depois foram embalados em papel alcalino, próprio para a conservação e envolvidos em plástico para evitar a entrada, por exemplo de cupins e traças e devidamente catalogados”, disse. 

Para o secretário, o trabalho feito permitiu preservar a história do município. “Agora quero crer que a parte histórica da cidade está aqui preservada”, afirmou, mostrando livros de atas da Câmara do Desemboque, documentos relativos à compra e venda de escravos no município, recibo de espórtulas (esmolas) dadas na Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Desemboque, entre  1834 a 1857, mais de duzentas habilitações de casamento feitas no cartório do Desemboque, dentre outras. 

Segundo Amir, os documentos foram organizados por temas e registrados no computador. “Os pacotes foram catalogados e registrados  no computador para, no caso de alguma pesquisa, o pacote ser encontrado. Também os mapas passaram por uma limpeza e acondicionados dentro de canudos, cada um com sua respectiva identificação”, disse.

O trabalho, segundo o secretário, não terminou. “No próximo ano, com o assentimento do prefeito Wesley, vamos digitalizar todo esse acervo para colocá-lo à disposição dos interessados para pesquisa via internet, para que não seja necessário mexer mais nos documentos originais, que ficarão preservados como prova de toda a história do município”, justificou.

O secretário mostrou também a imagem restaurada de Na. Sra. da Rosa Mística. “Essa imagem estava totalmente  estragada, corroída e foi totalmente restaurada pela Linda Bonatti Crema, que o fez  gratuitamente e nós vamos retorná-la à Gruta, no próximo dia 8, numa redoma de vidro”, informou.

Patrimônio da região 
O prefeito Wesley De Santi de Melo destacou a importância da preservação dos documentos, lembrando que “a história do município de Sacramento está ali preservada, um ato simples, porém de um significado e de uma importância fundamental para compreendermos e valorizarmos o passado”. Parabenizando o secretário e funcionários pelo trabalho, o prefeito disse que continuará o trabalho de possibilitar o acesso a todo esse rico acervo aos historiadores e ao público em geral. 
O vereador Carlos Alberto Cerchi, professor e historiador também elogiou o trabalho e sua importância. “É preciso que todos saibam que Sacramento é detentora e guardiã do maior patrimônio histórico da região, por causa do Desemboque, de onde vieram esses documentos. Ele é, portanto um acervo muito importante”, disse, lembrando que em 1980, o historiador uberlandense, Oscar Virgílio Pereira  quis levar todo o acervo para Universidade Federal de Uberlândia. “Ficamos sabendo e, através do então juiz Armando Ferro, conseguimos embargar aquela doação, permitindo que ele fotocopiasse o material”, contou. 
Fazendo um apelo e pedindo investimento para resguardar os documentos e valorizar quem cuida dessa documentação e torná-la pública, o vereador destacou o acervo da escritora sacramentana, Carolina Maria de Jesus, que também seria  levado para os Estados Unidos,    não fosse uma decisão de sua filha Vera Eunice, residente em São Paulo.