Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Traíra & Cia agora na cidade

Edição n° 1224 - 24 Setembro 2010

 

O sacramentano Juscelino Rosa Pires, 49, empresário do ramo de turismo e alimentação, administra provisoriamente o restaurante do Parque de Exposições 'Hugo Rodrigues da Cunha', enquanto aguarda a aprovação de projeto de lei na Câmara, para a publicação de edital de licitação. “Vamos participar da concorrência, nosso interesse é permanecer em Sacramento, e se não der certo aqui, vamos procurar outro ponto na cidade. O que queremos é nos fixar de vez em Sacramento”, disse o empresário ao ET.

Enquanto isso, o restaurante vem oferecendo uma novidade, um diferencial que tem chamado a atenção dos amantes da boa comida, a traíra desossada, além de uma variedade de peixes e refeições à la carte. “A vinda para Sacramento nasceu dos pedidos de muitos clientes que, semanalmente, estão na Pousada para saborear nossa traíra desossada”, justifica Juscelino, ressaltando que o local ainda não é definitivo.

O Parque de Exposições que passou a ser administrado pela Prefeitura, com o fim da Associação dos Criadores de Gado Leiteiro, através de uma lei aprovada pela Câmara, ainda no governo anterior, estava com o restaurante fechado. “Corremos atrás e assinamos um contrato provisório com a Prefeitura, pois falta a regulamentação de uma lei, autorizando o aluguel do restaurante através de uma licitação”,  informou, acrescentando que tem consciência de que talvez nem continue no local. “Como se trata de uma licitação, podemos não ganhar.  Se ganhar, ótimo, vamos então investir e melhorar o ambiente. Do contrário, vamos procurar outro local”, disse.

 A história de Juscelino não está começando com o restaurante do parque, mas vem desde 2001. “Começamos, minha esposa Cynara e eu, com a Pousada Recanto das Águas, próxima à ponte da represa de Jaguara. Só que havia um problema,  tínhamos uma pousada às margens de um lago, que não servia peixe. Foi quando me lembrei da visita que fiz a um rancho no lago de Jaguara, nos tempos em que trabalhava na Ximbica Náutica, onde comi uma traíra desossada. Fomos atrás da cozinheira e fechamos o negócio. Ela começou a nos servir os peixes desossados e começamos as vendas, que foram aumentando cada vez mais”, conta.

O trabalho continuou assim até que a cozinheira não deu mais conta de atender aos pedidos e ensinou o serviço ao casal. “A traíra é totalmente desossada, os espinhos retirados um a um e ela é feita inteira. Temos traíras de um quilo e meio a oito quilos, a procura e o  consumou cresceram muito”, explica.

Com o aumento da clientela que usava a Pousada Recanto das Águas só para as refeições, Juscelino e Cynara optaram por fechar a pousada e ampliar o restaurante. “Ficava muito lotado, faltavam mesas e acabávamos não atendendo bem nem um nem outro, aí, em 2007, optamos por ficar só com o restaurante, que continua funcionando no mesmo local”, conta mais.

Mas até chegar, Juscelino disse que rodou a região durante 15 anos. “Saímos de Sacramento, em 1990, depois do sucesso do Lanchão. Passei por Uberlândia e no ano seguinte, fui administrar, em Uberaba, a Ximbica Náutica, que abriu no ano seguinte uma filial em Franca, para onde fui com Cynara. Em 1994, desliguei-me da Ximbica e aí viemos para Jaguara”, recorda.

Em Jaguara, Juscelino e Cynara abrem com os filhos, Eduardo, Danyelle e Bernardo, a Pousada  Recanto das Águas, na beira da represa, limitando com as terras de seu pai. “Ali temos guarda-barcos, loteamentos e restaurante, que tem como carro chefe a traíra desossada. De cada dez mesas ocupadas, nove consomem traíra”, finaliza.

 

 

Presidente do SISEMS participa de seminário em São Paulo

 

 

Wanderlei Camargos, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais  participou de dois importantes eventos no mês de setembro: um deles foi o Seminário em São Paulo, nos dias 14 e 15, que contou com palestras proferidas pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi; secretária Nacional de Relações do Trabalho, Zilmara David Alencar e do desembargador Federal do Trabalho, Douglas Alencar,  que abordaram a Lei 151, da O.I.T. - Organização Internacional do Trabalho, enfocando os assuntos: 

negociação coletiva do servidor público,  a organização sindical do servidor público, o direito de greve do servidor público, dentre outros. 

 “Há mais de trinta anos, os servidores públicos vem aguardando esta oportunidade para consolidar as garantias que há décadas os trabalhadores da iniciativa privada conquistaram com muita luta. Daí a importância do envolvimento de todas as entidades representativas do funcionalismo na formulação das leis que regulamentarão a convenção 151 da OIT”, ressaltou Camargos . 

O Seminário Nacional das Entidades de Servidores Públicos Filiadas a UGT teve como propósito apontar propostas para regulamentar a Convenção n° 151, aprovada em março pelo Congresso e que trata das relações de trabalho na Administração Pública. As propostas de regulamentação apresentadas no encontro foram discutidas e elaboradas no começo do mês pelas centrais UGT, Força Sindical, NCST, CTB, e CGTB.

 “Ao todo, são 27 diretrizes que têm o objetivo de garantir melhorias nas relações de trabalho dos servidores públicos, principalmente no que diz respeito ao direito de greve e garantias de uma organização sindical. Os prefeitos vão ter que  negociar com os sindicatos, decisões que eles nunca fizeram, mas com essa lei passarão a ser obrigados, a partir de abril 2011”, finalizou o sindicalista.

 

 

De onde vêm as traíras

 

 

Grande parte das traíras consumidas nos restaurantes vêm de outras regiões, inclusive da Argentina. “Tivemos dificuldades pra encontrar traíras, comprando daqui e dali e houve um tempo que importamos da Argentina. Agora estamos comprando de um frigorífico do interior de São Paulo. O Brasil tem traíras, mas não em alta produção, por isso estou investindo em criatório de traíra”, informa.

Segundo Juscelino, o diferencial da traíra está no sabor inconteste de sua carne, essencialmente magra. “É um peixe que não tem gordura. Você pode fazer uma traíra de oito quilos, por exemplo, que ela não tem gordura, é mais carnuda, mas sem gordura e o principal diferencial é o  sabor’’, ressaltou

Sobre o fato das pessoas terem medo da traíra pela quantidade de espinhas, afirma que  ela é totalmente desossada e não é retalhada como muitos fazem. ‘‘Aqui a traíra é servida inteira, sem nenhum espinho,    tiramos além da coluna, mais de 96 espinhos, tudo retirado com pinça”, concluiu.