Maria de Lourdes Lima Nalegaca, a 'Mamãe Noel Tica', esteve Sacramento entre os dias 7 a 13 fazendo a boa ação de distribuir presentes a crianças carentes e portadoras de necessidades especiais, idosos e grávidas carentes da cidade e, também, de Conquista, Santa Maria,Guaxima e aos pacientes do Hospital do Pênfigo, em Uberaba.
A exemplo dos anos anteriores, há exatos 17 anos, o momento é sempre muito especial, uma verdadeira festa com direito até a Papai Noel, distribuindo balas e pirulitos para a criançada, reconhecendo no seu mundo de fantasia, que “Papai Noel existe mesmo”, de barba branca, roupa e gorro vermelhos, botas e olhos muito brilhantes, e que não chega a Sacramento de trenó, mas de caminhão que buzinava pelas ruas, enquanto ele acenava para o público.
A distribuição dos presentes começou no dia 9, na Casa Assistencial Bezerra de Menezes, na Santa Maria e, no dia 12, no Centro Espírita Fé e Amor e, em Guaxima. Na cidade, a distribuição aconteceu no sábado, 11, primeiro, no Ginásio de Esportes Joélcio, para 240 crianças moradoras do bairro São Geraldo e Assyncrito Natal, assistidas pela Casa Vovó Meca. À tarde, a festa foi no Paulo Cervato II, para os assistidos pela Casa do Pão. A boa ação de Tica encerrou na segunda-feira, 13, presenteando os pacientes do Hospital do Pênfigo, com material de higiene e fraldas descartáveis.
Cada criança recebeu uma sacola com roupas, calçados, kit de higiene, brinquedos, balas e doces. Adultos, quando cadastrados, recebem roupas, calçados e kit de higiene e as grávidas, enxovaizinhos de bebês.
De acordo Alda Araujo Oliveira, coordenadora do grupo de voluntária do projeto de Tica há 17 anos, todos são cadastrados no início do ano. “Faço o que for preciso para termos essa festa, desde o cadastro das pessoas que vão receber os presentes até a arrumação do salão”, diz.
“No começo – prossegue - éramos duas voluntárias, a Lucimar e eu, e com o passar do tempo foram aparecendo outros. Hoje somos um grupo de voluntários, inclusice minha filha Elen, que começou a ser voluntária ainda na minha barriga. Este ano contamos também com a Meire Idualte”.
Segundo Alda, o grupo de voluntárias faz o cadastro das pessoas necessitadas, até o mês de março, anotando o tamanho do calçado, da roupa e também dos idosos e grávidas. “Em novembro, ela manda a relação das pessoas com um número de ficha para fazermos os crachás. Aí passamos para a organização da festa, com o apoio da Cleusa Rosa Ramos”, explica.
Há 17 anos atrás, a entrega era feita fora dos barracões, nas ruas poeirentas do bairro São Geraldo.
“- No começo era tudo na rua. Algum tempo depois foi transferida para o Barracão de Festas da paróquia, que é bem precário pela falta de água e banheiros. E, há dois anos passamos para a quadra de esportes. Aqui, Há banheiros e água potável para todos e, se chover, ninguém molha, todos ficam abrigados do sol e da chuva, é espaçoso e dá uma festa bonita”, explica.
A euforia na chegada de Papai Noel
É bonito de se ver. Na quadra, as crianças assentadinhas, aguardavam a chegada dos presentes, mas bastou ouvir o buzinaço e avistar o caminhão do Papai Noel, ninguém mais as segurou, todas correram para espiar e saudar o bom velhinho. Com os olhos brilhantes voltaram aos lugares, recebendo balas e pirulitos, enquanto os presentes eram levados para a quadra. A ansiedade era grande, mas primeiro, ouviram a mensagem de Natal proferida por Iracy Batista de Almeida Calil, falando do aniversário de Jesus, rezaram a oração universal, o Pai Nosso , cantaram e começou a entrega das sacolas junto com um abraço. Uma alegria!
Tica fala ao ET mais uma vez com uma singeleza própria das pessoas agraciadas por Deus. “É mais um festa das Crianças, para comemorar o aniversário de Jesus. Ele faz aniversário, elas ganham presentes. É uma forma de a gente fazer alguma coisa para quem tem menos e até uma forma de elas acreditarem que Deus existe, porque nesse tempo todos ganham presentes. Mais uma vez estou realizada, graças a Deus”, reconhece.
Tica recorda como tudo começou. “São 20 anos de trabalho, começamos com 20 sacolinhas, passamos para 40, 50, hoje são 1.025 e quero continuar muitos anos ainda”, diz ao lado do marido, Alexandre Nalegaca, que vai falando no microfone o nome das crianças contempladas com a cesta. Ao lado do marido está também o restante da família. “Somos seis que viemos de São Paulo, entre filhos, noras e netos. Lá todos ajudam e vêm aqui pra ver essa alegria. Terminamos essa festa e já começamos a organizar a do ano seguinte e é uma alegria todos juntos para organizar os presentes”, revela.
Ao lado do presente, um conforto também espiritual, com uma mensagem que cada sacolinha contém: “Semear, semear. Semear as flores divinas da esperança no solo dos corações das crianças. Esperança de fé e de amor que se entrelaçam. Em 2010 nossa campanha novamente se faz presente com as 'Sacolinhas do Amor, pequenas luzes que proporcionarão alegria, conforto espiritual, ternura. (...)”.
Coube a Elen Araújo, o agradecimento em nome de todos as mães e das crianças. “Nossas crianças ficam com os coraçõezinhos nas mãos, é muita alegria, por isso rogamos a Deus que lhes dê muita paz e saúde para continuarem nessa corrente do bem, que tanto bem faz a tantas pessoas”, disse, estendendo agradecimentos a todos os que direta e indiretamente contribuem para o êxito da festa, dentre eles, as centenas de amigos de Tica, na grande São Paulo, que fazem as doações anualmente.
Heigorina Cunha, amiga de Tica, anualmente acompanha a festa e muito emocionada enaltece o trabalho da amiga. “É uma bênção essa atitude de Tica, tanta alegria ela traz para Sacramento, Conquista, Santa Maria, é uma doação que não tem dimensão. Ela trabalha o ano inteiro por essa causa e a nós só resta apoiar”.