Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Bucolândia e coisas mais...

Edição nº 1573 - 02 de Junho de 2017

Corriam os dias na Bucolândia. Na taverna iluminada a luz de lamparina, um homem falava pelos cotovelos. Sua voz parecia um vendaval que açoitava as folhas das casuarinas e levantava a poeira vermelha da terra inculta. Do outro lado, num canto mais escuro, Cristiano, rapaz conhecido no lugar, exclama: “Cala essa boca, seu mal educado!”. O homem aumentou o timbre da voz e respondeu: “Vá pros quintos dos infernos, os acomodados que se 'arretirem'!” Cristiano envermelhou com o desaforo e foi às forras, mas foi recebido a bala. Acovardou-se: “Esse homem é louco”! Nequinha, o garçom, trêmulo e amedrontado refugiou-se atrás do balcão. A não ser a voz trovejante, nenhum outro som. De repente, o silêncio. Um, dois, três, quatro segundos... um minuto. “É o cão, sussurrou Batista aos ouvidos do amigo”. De repente, entra no boteco uma senhora bem vestida, olhar firme, decidida, caminha na direção do homem. Abraçam-se e saem devagarzinho porta a fora. 

(De Saulo Wilson, No Reino da Bucolândia)