Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Anfiteatro da Casa da Cultura perde 32 lugares para ceder rampa e banheiro para cadeirantes

Edição n° 1216 - 30 Julho 2010

A Casa da Cultura 'Sergio Pacheco' que já vinha recebendo poucos eventos dadas as precárias condições, fechou de vez as portas para as reformas do telhado, forro e para construção de banheiros para pessoas com necessidades especiais e rampas de acessibilidade. De acordo com o setor de engenharia da prefeitura, a obra conveniada com o governo do Estado, no valor estimado de R$ 50 mil, será executada pela empreiteira WBM. 

Várias pessoas lamentaram a reforma como está sendo feita. ‘‘Não que não deveria, mas havia outras alternativas par a adequação’’, manifestou uma delas, informando que o anfiteatro já era acanhado, com 286 lugares e agora ficou mais. ‘‘Por que não ocupar o já ocioso espaço do grande salão da Biblioteca, hoje, praticamente sem consulentes, por conta da pesquisa virtual e a rampa pelo saguão?’’ - perguntam. 

Para a diretora de Cultura, Virgínia Dolabella, da secretaria de Cultura e Turismo, que foi ouvida pelo ET, por conta das reclamações, disse que foi uma exigência do promotor público, José do Egito de Castro e Souza e, também do Estado, para a liberação dos recursos. 

“- Foi feito um estudo durante muito tempo para adequar o prédio ás exigências do promotor e para a liberação do recurso.  O Estado não aceita se na tiver a acessibilidade. Ali já houve muitos problemas em vários eventos por falta de acessibilidade e para a construção dos banheiros, a retirada das cadeiras, foi a única alternativa, porque por lei há  medida, há distância  e inclinação a serem respeitadas”, justificou.

Para susto dos repórteres, a diretora disse que, para compensar as cadeiras retiradas, vão colocar no local “cadeiras menores”. E os mais gordinhos? Não são também pessoas especiais que precisam de mais espaço?  

Sobre a rampa construída para dar acesso ao palco, disse que foi a única alternativa encontrada. “O mesmo ocorreu com a rampa para o palco, pensamos em fazer na entrada pelo portão, mas nada dava certo, porque tem que respeitar a inclinação, as distancias”.

Por fim, Virgínia disse que a Prefeitura estava cumprindo o seu papel de proporcionar segurança a todos. “As pessoas vão compreender, vamos perder alguns assentos, mas estamos sendo justos, porque estamos cumprindo o papel de dar acesso a todos de usar o espaço com segurança. E outra, ali serão colocadas novas cadeiras, elas são menores e acreditamos que poderemos inclusive aumentar o número de assentos”, concluiu.


Livros doados


Há quase um ano, um amontoado de livros no saguão da Casa da Cultura vinha sendo motivo de críticas, além das péssimas condições do anfiteatro. Agora com o início da reforma, os livros, a grande maioria livros didáticos, alguns com até mais de 40 anos tiveram uma destinação. “Os livros foram doados para associação de reciclagem. Os que puderam ser aproveitados, será montada uma biblioteca comunitária. A Márcia Deodato, do Consórcio  de Igarapava,  vai coordenar isso”, explicou a diretora de Cultura, Virgínia Dolabella. 

A diretora frisa que os livros que estão sendo doados são obras didáticas de uso descartável. “Os livros foram conferidos e reconferidos e  guardamos alguns para fazer um tipo de museu da escola. O resto doamos para a Associação, o que acaba sendo até um trabalho social. Agora o que não for aproveitado irá para a reciclagem, o papel tem o papel de um dia ser reciclado”, justificou.