Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Acabou o velho Lixão da cidade

Edição nº 1200 - 09 Abril 2010

A partir de agora, o velho Lixão da Cidade a céu aberto, que mostrava a degradante visão do vôo rasante dos urubus, as precárias condições de trabalho dos catadores de lixo e a miséria degradante de trabalhadores sem nenhuma proteção, a poluição e a depredação da vegetação e dos córregos da fazenda Olhos d'Água, vai desaparecer. 

O prefeito Wesley De Santi de Melo inaugura neste sábado, a nova Unidade de Beneficiamento de Resíduos Sólidos 'Eudes Eurípedes dos Reis', com a proposta de  reciclar, através da Associação dos Recicladores de Sacramento, formada pelos  trabalhadores do Lixão, as 15 toneladas de lixo que a cidade recolhe diariamente. 

Ocupando uma área de sete hectares, da fazenda Olhos d'Água, de propriedade da Prefeitura, a unidade de beneficiamento servirá para trabalhar tanto o lixo sólido (seco), quanto o lixo úmido  da cidade e que, até então, eram todos despejados no chamado Lixão. Com o funcionamento da unidade, os lixos seco e úmido serão coletados em dias alternados. 

 

Como vai funcionar a usina

 

O coletor despeja o lixo na plataforma próxima à esteira. Dali, é jogado para a triagem, na esteira, onde vão trabalhar oito separadores de lixo. “Ficam quatro de cada lado da esteira, separando pet, papelão, papel, plástico, vidro, metal, etc, que serão jogados em tambores e dali para as baias, onde serão acondicionados para a prenssagem e depois para o depósito, aguardando a carga completa que será vendida para uma empresa de reciclagem” explicou oengenheiro Osny Zago.

O lixo úmido, que deverá ser recolhido quatro ou cinco dias por semana obedecerá o mesmo sistema. “Vai para a esteira e os trabalhadores vão separar aquilo que não vai para a compostagem (fraldas descartáveis, papel higiênico, absorventes, pilhas baterias, vidro cortante, etc). O lixo do tipo resto de comida, verduras, frutas, cascas, papel molhado, continua na esteira até cair em uma carriola, com destino ao pátio de compostagem”, explicou mais.

 

Aterro sanitário

 

No pátio o lixo será colocado em leiras, cada dia será feita uma leira nova, todas identificadas com o dia. Essa identificação é necessária, porque são necessários cerca de 90 dias para a decomposição. “O lixo úmido que não vai para compostagem (fraldas descartáveis, papel higiênico, absorventes, pilhas,  baterias, vidro cortante) vai ser depositado no aterro sanitário, localizado em uma área com capacidade para 13 células de 3,5 m de altura x 4 de lagura e 45 m de comprimento, que serão construídas a medida da necessidade, provavelmente, a cada dois anos, com previsão de um suporte de 15 a 20 anos”, prevê Osny. 

Apenas uma célula foi construída toda impermeabilizada, com lona PAD, para não vazar o chorume do lixo. Em toda extensão da célula há um dreno com tubo perfurado recoberto com brita, por onde passará o líquido, que seguirá para as duas lagoas de tratamento, uma com oito metros de diâmetro e outra com 20 x 30 metros. A primeira lagoa é de decantação anaeróbica, a segunda para acabar de fazer a limpeza. A água que sai da segunda lagoa, passa por um dreno que formará dentro dele um manto de bactérias para acabar com alguma impureza que ainda houver  e aí a água  infiltra na terra”, informou o engenheiro. 

 

Gás Metano

 

Outra previsão que precisa de cuidado é a formação do gás metano que passa a existir no momento em que o lixo atingir a metade da célula. “Quando interligarmos três a quatro células, haverá um queimador desse gás para que ele não espalhe. A médida que o lixo vai sendo depositado no aterro, ele é compactado com uma camada de terra, até que atinja o seu limite, quando será recoberto por uma camada de meio metro de argila, onde será plantado capim. Uma placa afixada vai mostrar as indicações da data do fechamento e ela ficará ali confinada. Estudos comprovam que esse lixo do aterro sanitário leva no mínimo 20 anos para se decompor, por isso a lona PAD dura 50 anos”. 

 

Lixo hospitalar

 

O lixo hospitalar não vai a para o aterro sanitário. “Esse lixo hospitalar será despejado noutro local apropriado. Não passa pela esteira. Na verdade, ele teria que ser depositado numa célula separada, só que a prefeitura optou por um convênio com a Pro-Ambiental, empresa de Lavras, que recolherá  esse lixo em Sacramento e levará para um forno de autoclave em Lavras, onde será incinerado e as cinzas dispostas  num aterro próprio dessa  da empresa. Ela fornecerá à prefeitura uma certificação de que está dispondo corretamente os resíduos hospitalares”, concluiu Osny.