Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Cruzeiro da Ritinha vai para APP

Edição nº 1126 - 01 Novembro 2008

O Jornal recebeu denuncia de moradores do bairro do Rosário sobre a retirada do Cruzeiro das Missões, plantado no Alto da Ritinha há 18 anos. No local recebemos por parte de um funcionário a informação de que a retirada do Cruzeiro foi autorizada “isso foi conversado com a Oralda Manzan, líder religiosa do bairro do Rosário e no Seminário. Lá no Seminário, eles ligaram e disseram que podiam tirar. O Cruzeiro foi colocado na matinha (área de preservação permanente), onde vamos colocar o outro Cruzeiro de 1951”, disse o funcionário.

O Cruzeiro da Ritinha foi plantado no local, numa das últimas Missões Redentoristas na cidade em 1990. Nesse local, o povo fazia preces, sobretudo no período de fortes secas. Homens, mulheres, crianças rezando e cantando seguiam a pé até o alto levando flores e água para a cruz, num ato de fé “eu não teria coragem de tirar a cruz dali”, dizem.

O historiador e professor Carlos Alberto Cerchi e lamentou a ação “essa depredação com os valores religiosos, culturais, sociais, tradicionais que estão sendo ameaçados pelos empresários revela o estágio cultural que Sacramento esta vivendo. Isso mostra que as pessoas substituíram a filosofia do respeito, da consideração e, sobretudo das tradições por coisas pragmatistas importadas. As pessoas usam e jogam fora. Isso é uma questão cultural, não é só uma questão de lei, de autoridade, isso revela a mentalidade dessa nova safra de empresários que está modificando o espaço urbano e transformando-o na lei pragmatista, do uso, do capitalismo, da utilização financeira do espaço público, do espaço comunitário”, esclarece. 

Afirmando que “não detemos o poder, detemos uma parcela do poder que é o da mobilização,d e tentar sensibilizar as pessoas no sentido de respeitar mais os espaços religiosos, culturais”, Berto que foi eleito vereador, no pleito do dia 5, deixa claro que “o poder Legislativo toma decisões colegiadas, eu tenho um voto em 9, mas estarei lá lutando pela preservação das nossas tradições, porém é irrelevante, por eu tenho agido sem mandato, como cidadão. O mandato de vereador é uma ferramenta a mais com que poderei contar para sensibilizar as pessoas e criar um espaço cultural para que as pessoas tenham mais respeito com os nossos espaços culturais, patrimoniais, religiosos”, conclui.