Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Chapa de oposição entra na justiça

Para o novo presidente, Gilson Balduino, a presença de 862 eleitores foi muito positiva. “Minha avaliação é muito positiva, porque trabalhamos muito, mobilizamos a população, fizemos panfletos, foi gratificante a participação de 862 pessoas na eleição”, avaliou. Já o candidato, Fernando Oliveira Martins, 26, queixou-se de que vários eleitores de sua chapa ficaram de fora do barracão, “que fechou três minutos antes das 18h00”, disse que faltou organização no pleito. “Foi boa a participação do público, mas muita gente do bairro não compareceu, faltou muita organização. O bairro é muito grande, é muita gente pra votar, deveria ser mais bem organizado. Pra começar, a votação começou com 15 minutos de atraso, mas pra terminar foi pelo relógio deles”, criticou.
A nova diretoria, presidida por Gilson Balduino Borges, tem como vice-presidente Mateus Pereira, secretários, Guery Gil Diogo e Waldir Gonçalves Borges, tesoureiros, Eliete Magali Silva Neto e Walter Gonçalves Borges e mais sete membros na diretoria de esportes, novo na diretoria social e 19 no Conselho Fiscal.

Eleição poderá ser impugnada

Marco Antonio de Oliveira, 42, coordenador da campanha da chapa Azul, juntamente com Fernando Oliveira Martins acionaram a polícia logo após o término da apuração dos votos e foi lavrado boletim de ocorrência. A denúncia de Marco Antonio e Fernando foi marcada por inúmeras irregularidades, inclusive desaparecimento de cédula, antes da apuração. “Constatamos inúmeras irregularidades, lavramos o BO, já fomos ao Ministério Público e agora vamos entrar na Justiça. A eleição poderá ser impugnada, se si comprovarem as denúncias”, explicam, apontando algumas das irregularidades: “a votação prevista para começar às 12h00, só começou com 15 minutos de atraso; não foi realizado o sorteio das chapas para a confecção das cédulas, a chapa cinza saiu na cabeça; eles estavam carregando gente doente nos braços pra votar; o fiscal deles estava votando pra quem não sabia; tínhamos um fiscal lá dentro, mas lá imperou o autoritarismo”, denunciaram.

Lavraram também uma denúncia contra o contraditório colégio eleitoral da Associação. “Constava do edital que só os moradores do bairro Eurípedes Barsanulfo tinham direito a votar, mas votou moradores do Maria Rosa, Alto da Estação, João XXIII, etc. Temos ainda provas de muita gente que foi votar sem residir no bairro, pois temos o livro de assinatura e os endereços onde essas pessoas residem. Veio gente que mora em Conquista e Uberaba pra votar. Ora, elas não moram no bairro. Temos o endereço dessas pessoas e elas foram buscadas pra votar. Não existe um cadastro das pessoas aptas a votar. A gente mora no bairro e tem gente que foi votar que nunca vimos”, afirmaram mais.

Coube críticas também ao atual presidente, José Idualte. “Ele ditava as regras do jeito dele, ele e o Gilson”, disseram, prosseguindo nas denúncias: “O presidente Idualte iniciou a eleição com atraso, mas na hora de encerrar, encerrou três minutos antes e sem comunicar com a mesa apuradora. Havia oito pessoas do lado de fora e ele bateu a porta na cara delas. Deixou lá dentro apenas quem ele quis, ele empurrou para fora gente que estava lá dentro. Eram 18 horas no celular dele. O próprio Gilson ajudou a impedir as pessoas de entrar. Não bastasse isso, sumiu um voto. O candidato a tesoureiro da chapa deles, Walter Goçalves Borges disse que foi abstenção, mas cadê esse voto, faltou um, onde ele está? A pessoa votou, porque há 863 assinaturas, mas falta um voto”, explica.

“Após a apuração, entregamos ao advogado as provas, os endereços onde residem muitos votantes fora do bairro, temos tudo em mãos. E segundo o Promotor José do Egito Castro Souza, temos até 120 dias de prazo para entrar como pedido de impugnação, mas não vamos esperar isso não. Vamos entrar com isso o mais rápido possível”, afirmou mais Marco Antônio.
Para Marco Antonio, o que ocorreu foi um desrespeito com os moradores do bairro, a eleição foi manipulada, é muita coisa errada, muito mal organizada. “O coronelismo imperou na eleição, ninguém podia falar nada, fazer nada, era tudo eles que decidiam”, disse, com Fernando completando: Vamos entrar na Justiça, não que queiramos, mas é em respeito às 420 pessoas que votaram em nós e às outras tantas que foram votar. Talvez até tenhamos agido errado por termos sido corretos, honestos. Se soubéssemos que seria assim, o melhor seria rasgar o código de ética”, concluiu, informando que os representantes de sua chapa não assinaram a ata de encerramento de apuração dos votos, por não estarem coniventes com as irregularidades.