Ninguém entendeu. Como um imóvel que diminui a área da casa e do terreno aumenta de preço. Foi exatamente isso que aconteceu com as casas do futuro Residencial Jardim Primavera, o Cajuru II, criado e iniciado pelo governo do ex-prefeito Nobuhiro Karashima, no bairro Perpétuo Socorro. O gerente da CEF, Ludson José Machado, que estava no local colhendo assinaturas, justificou as alterações. "Eles estão fazendo a assinatura de um novo aditivo, em que foram alterados o nome do prefeito, o nome do engenheiro, o nome do bairro e o valor final do imóvel, que passa para R$ 13.001,15", justificou.
Segundo o gerente, o aditivo garante o cumprimento do contrato no que tange ao responsável pela obra e ao valor da liberação do dinheiro que é de responsabilidade da CEF. "O mutuário só está cumprindo a obrigação dele de assinar e deixar claro que teve alteração do responsável, porque amanhã se tiver problemas alguém será o responsável. O engenheiro e o prefeito também assinarão esse aditivo", explicou.
O valor final das casas era de R$ 8.827,60 e de acordo com o novo documento, o valor do imóvel passou a ser de R$ 13.001,15. A contrapartida financeira bens e serviços que competem à prefeitura, R$ 5.451, 46. "As partes convencionam que a unidade habitacional, objeto do contrato original, passa a ter 38,61 m2 de área construída e não mais 50,62 m2, para adaptação no novo terreno, que passa a ter 125,10 m2 e não mais 180m2", reza o contrato. Foram alterados também os nomes do prefeito de Nobuhiro Karashima, do PT, para Joaquim Rosa Pinheiro, do PFL, e o engenheiro Sérgio Alves Araújo, para Sebastião Garcia Donadelli.
Um dos futuros moradores questionou com o gerente que aumentou o valor e diminuiu o terreno e a casa, mas o gerente Ludson não soube responder. "Porque encareceu eu não sei, eu acredito que é porque se passaram dois anos e o que comprava naquela época não compra hoje", disse, informando o aumento foi de quase 50%. "É por isso que tão chamando o Cajuru II de 'Sobradinho', porque só pode crescer prá cima", disse ao se afastar do gerente Ludson.
Segundo Ludson, o dinheiro ainda não está depositado, por isso as pessoas que não compareceram ao Centro Administrativo para assinar o aditivo, deverão procurar a Caixa para a assinatura. "A segunda liberação da verba está condicionada à assinatura do aditivo. Não tem como liberar o dinheiro para a prefeitura sem essa assinatura". O dinheiro depositado em 2004 para as casa do Cajuru II, mais de 600 mil, foi aplicado e está sendo empregado na obra. Já foram liberados 20,75% para pagamento da primeira etapa, ele está sendo aplicado nas casas. Esse valor é a parte do Governo Federal", informou o gerente.
Sobre as escrituras das primeiras 172 casas do Cajuru I, disse o gerente Ludson que o prazo ainda não completou. "O prazo de quitação daqueles imóveis é de 72 meses, seis anos. ao completar seis anos, a prefeitura pode passar a escritura para o morador. Os 72 meses contam a partir da assinatura do contrato e o prazo ainda não completou. Assim que completar os 72 meses, é só as pessoas procurarem a prefeitura.