O gerente da Caixa Econômica Federal, Ludson José Machado, confirmou em entrevista a este jornal o financiamento das casas do Residencial Cajuru II, no bairro Perpétuo Socorro. "Os contratos dos 142 futuros moradores, foram assinados em 15 de janeiro de 2004. As casas serão financiadas pelo sistema PSH - Programa de Subsídio Habitacional, sendo competência da Caixa o repasse dos recursos, ficando todo o processo de construção, medição de obras e tudo o mais sob a responsabilidade da prefeitura, que pode ou não repassar para uma construtora, como pode ser feita por mutirão ou administração direta", explicou.
Segundo Ludson, pelo contrato assinado com os 142 mutuários, cada morador estará pagando uma prestação diferenciada, de acordo com sua renda familiar, mas todos referente a uma casa de 50,26 m2. "O recurso vem do Ministério das Cidades, para uma conta da Prefeitura na Caixa e quem administra o dinheiro é a prefeitura", esclareceu mais.
Questionado sobre a diminuição das áreas do terreno e das casas. E se a prestação vai diminuir também, proporcionalmente, Ludson disse que não tinha conhecimento dessa redução das áreas. No momento da entrevista, na última terça-feira, 07, o gerente telefonou ao setor responsável, na agência regional, para questionar sobre o assunto, mas não obteve resposta. "Estão recebendo agora os projetos das mudanças e não foram ainda analisados. Tão logo eu tenha uma resposta, converso com vocês", prometeu.
Imprensa leva pito de segurança
Um segurança do canteiro de obras, na troca de turno, cobrou do jornalista Walmor Júlio Silva, já na saída, a autorização para a entrada no local. Veja o diálogo:
- Vocês não podiam entrar aqui sem ordem. A ordem é de não deixar ninguém entrar aqui, entendeu? Pra entrar, só com autorização".
- A quem devemos pedir autorização?
- Não sei...
- Não é uma obra pública?
- Enquanto não estiver pronta é obra municipal.
- Se é municipal é do povo. E se foi toda empreitada, o Sr. como funcionário da Prefeitura não poderia estar trabalhando aqui.
- Estamos fazendo nosso trabalho, não podem entrar aqui.
- O que há de escondido aí que ninguém pode ver?
Um morador argumentou: "Na hora de trabalhar, a gente podia entrar e sair à hora que quisesse e agora, que quero saber como vai ficar, não posso? Sou futuro dono de uma casa, por que não posso entrar?...". E o segurança respondeu: "Você é futuro dono de casa que não sabe nem qual é...". Retrucou o mutuário: “Sei sim, só se vocês mudaram de lugar com a nova medição”.
O segurança não quis se identificar. Os moradores informaram que o segurança é um funcionário da prefeitura, se assim o é, então a obra é pública, do contrário não teria um funcionário municipal trabalhando num canteiro de obras de empresa privada. A empresa responsável pela obra é a Construtora CEM, de Mateus Marques de Oliveira.
Na entrada da impresna no canteiro de obras, os mutuários mostraram a diferença da construção da base, chamada de “radier”, uma plataforma de concreto de onde começam a assentar os tijolos. “Veja o “radier” das casas iniciadas no governo do Biro, tem 12 cm. Já nessas novas casas, o “radier” só tem cinco cm de espessura”, criticaram.
O verador Luizão Bizinotto quer levar o problema para a Câmara, denunciar e solicitar a presença de autoridades competentes para julgar o caso.
Será que o Ministério Público e a Caixa estão sabendo que o povo está sendo enganado?