Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Emater realiza III Feira Pró-Genética

Edição nº 1372 - 26 Julho 2013

Com o objetivo de estimular o uso de touros registrados, para aprimorar a genética de pequenos e médios rebanhos brasileiros para a produção de carne e leite, a Emater, em parceria com o Sindicato Rural e Prefeitura Municipal, realizou, no Parque de Exposição Hugo Rodrigues da Cunha, durante a Expolgal, a 3ª Feira Pró-Genética - Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino. Participaram da feira,  seis produtores da região, com 21 zebuínos das raças Gir, Brahman, Nelore, Sindi e Tabapuã.

O veterinário  da Emater local, Alison Rodrigues Jesus Souza, que desde o primeiro ano organiza a feira Pró-genética na cidade, se declara satisfeito com a iniciativa  e fala das expectativas. “Iniciada em 2010, o resultado tem sido muito satisfatório. Na primeira feira as vendas foram razoáveis, até porque os produtores não conheciam o programa, já na segunda, em 2012, as vendas dobraram”, lembrou. O escritório local, através de emeio a este jornal, informou que o resultado da feira deste ano foi o seguinte: de uma demanda de 15 animais para as raças, tabapuã (2), gir leiteiro (3), nelore (4), girolando (1), jersey (1) guzerá leiteiro (2) e brahman (2), foram ofertados três animais da raça tabapuã e vendidos dois; oito gir leiteiro e vendidos dois; seis nelore e vendidos três e da raça brahman foi ofertado um animal, que não foi vendido. Resumindo, de 11 animais que tiveram demandas foram comercializados sete. Para as raças girolando, Jersey e guzerá leiteiro não houve oferta.

De acordo com o veterinário Alison, a tendência é crescer, porque aqueles que já compraram estão muito satisfeitos com os resultados. “Os vizinhos veem o resultado e manifestam também o desejo de melhorar o seu rebanho, e cada vez mais esses produtores vão atraindo novos investidores. E nós torcemos a cada aquisição de animal na feira, porque os resultados que temos acompanhado  são muito bons”, avalia, ressaltando que a Feira Pró-genética, criada para ser uma feira bienal, devido à demanda vai ser realizada agora anualmente. 

 

Genética melhoradora

 

O veterinário Gustavo Laterza de Deus, gerente regional da Emater/Uberaba, falando ao ET, elogia o crescimento da feira na cidade. “Foi uma iniciativa importante a de trazer essa feira para Sacramento, num trabalho conjunto Emater, Sindicato Rural e Prefeitura, além das parcerias com  a ABCZ e os agentes financeiros que abraçaram a idéia. Para nós da Emater, é uma honra estarmos presentes a cada feira. Essas parcerias visam democratizar o acesso  a essa genética melhoradora para os pequenos e médios produtores com preços atrativos”. 

A Emater chegou a Sacramento nos anos 1970. O convênio foi reincidido alguns anos, mas no início do governo Baguá, 2009, retornou com três funcionários, que têm desenvolvido um excelente trabalho junto aos produtores rurais: o agrônomo Roberto Carlos Mendes, o veterinário Alysson Rodrigues Jesus Souza e a secretária Flávia. 

“- É motivo de satisfação termos aqui uma equipe  muito atuante, que tem feito um trabalho exemplar, uma promoção de integração com todas as entidades,  as associações comunitárias, o conselho, além dos parceiros, como Sindicato e Prefeitura. Eles fazem as coisas acontecerem de forma rápida e efetiva, dentro dos nossos dois eixos de trabalho:  o compartilhamento do conhecimento, para que ele possa construir soluções para as demandas do produtor rural; e a execução de políticas públicas de interesse do setor agropecuário, como o Pronaf, o Minas Sem Fome e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). E essa equipe tem feito isso de forma eficiente”, destaca o gerente Gustavo Laterza.

Já o diretor da Regional, Wilson Marajó Fernandes  ressalta o crescimento das feiras Pró-Genética em toda a região. “As feiras do Pró-Genética vêm crescendo muito, porque trazem garantias de qualidade na genética e na sanidade para o produtor”, afirma, destacando a importância das  parcerias para a feira acontecer. “São essas parcerias entre Emater, ABCZ, Sindicato Rural e Prefeitura que valorizam a feira e tudo se reverte ao produtor. No final de todo  o processo, vemos a satisfação dos produtores”, afirma.

Carlos Mateus de Souza, médico veterinário da ABCZ, explica que os animais são todos registrados e com atestado de sanidade, exigidos pela legislação. “A ABCZ dá essa garantia aos produtores e essa garantia faz com que a feira venha crescendo em todo o país, até mesmo por conta da redução da área pastoril, que vem perdendo espaço para a cana e outras culturas, obrigando o criador a tecnificar cada vez mais o seu plantel, produzir mais com menos pastagens. Então, a criação de um touro provado, com registro definitivo e exames andrológicos  vai dar cada vez mais bezerros de alta qualidade para o corte, e fêmeas  de excelentes características leiteiras”, ressalta.

Na feira, o preço dos animas com idades entre 20 e 40 meses variou entre R$ 4.0000 a R$ 5.500,00. A negociação se dá entre produtor e comprador, mas podem ser financiadas por agências bancárias da cidade.

 

Ex-presidente do SRP critica local da Feira Pró-Genética

 

A III Feira Pró-genética vem crescendo a cada ano em importância e vendas, mas o local onde foi realizada este ano foi criticado por várias pessoas. A maioria se calou, mas João Osvaldo Manzan,  ex-presidente do Sindicato dos Produtores Rurais (SRP), no seu programa  de domingo, 21, na Rádio Sacramento, alertou o Sindicato sobre as precárias estruturas (leia-se, velha curralama), dentro do Parque de Exposição, Hugo Rodrigues da Cunha, onde ficaram confinados os touros para venda.

Depois de elogiar os eventos realizados na Expogal e parabenizar seus organizadores, Manzan criticou as precárias condições do local. “Saí triste do Parque no dia da Feira Pró-Genética, porque  não gostei do que foi apresentado. Não dos animais, dos tourinhos, que eram  de excelente qualidade. O meu descontentamento é que cheguei ao parque e tive de perguntar onde é que estava a Feira. Ao chegar ao local, então, tive uma grande decepção e saí triste por causa da classe produtora e do Sindicato Rural”, disse, afirmando: “O lugar onde colocaram os tourinhos foi verdadeiramente vergonhoso. Touros registrados, de qualidade num lugar daquele, no meio da braquiária”, criticou.

Falando do estado precário também da velha curralama, denunciou: “Ao  cruzar com uma pessoa a gente tinha que segurar na cerca de  arame. O ranchinho (tenda – grifo nosso) da  ABCZ, quase caindo. Não sabemos as causas, mas o Sindicato não deveria ter aceitado o local. Isso não é bom pra nós. Se eu levasse um garrote meu numa exposição fora, se estivesse num lugar daqueles, eu nem desceria meu animal ali”, ponderou.  

A crítica de Manzan procede e ganhou coro de várias pessoas. Também o ET esteve no local e fotografou a estrutura precária dos currais, ouvindo de alguns visitantes as mesmas opiniões, confirmadas por Manzan em seu programa na rádio. “E não fui só eu que senti isso, muitas pessoas sentiram o mesmo. Como chega um comprador de animal num lugar daquele? A aparência do animal tem influência na compra, mas o lugar tem que valorizar as pessoas que estão colocando os animais pra vender, não é um animal qualquer,  são todos registrados...”, desabafou.