Grupo Trevisan investe em cebola

Osmar Trevisan Júnior, o Juninho Trevisan chegou a Sacramento há 11 anos com um objetivo: cultivar batatas, como o grupo faz em Divinolândia (SP), cidade a 20 km de Poços de Caldas (MG). Mas há três anos o Grupo decidiu diversificar e investir no cultivo de cebola, com ótimos resultados.

“- Não vamos aumentar muito a área, mas estamos plantando uma área razoável. E cebola dá resultado, embora os custos sejam altos devido à mão de obra, ainda muito artesanal, mas a produção compensa”, informa, comemorando o bom rendimento da nova cultural. “A média nacional de colheita é de 20 toneladas por hectare e a da região está em torno de 75 toneladas, mas temos área que dá até 130 toneladas por hectare”, disse.

 O Grupo Trevisan não é pioneiro na produção de cebolas em Sacramento, que conta com outros quatro produtores no município.  Em busca de terras e clima propícios, Juninho chegou à cidade atento a uma informação do próprio pai, Osmar Trevisan, motorista que fazia transporte por essa região.

“- Batata e cebola são como o arroz e feijão, dois alimentos que não faltam na mesa de ninguém. Com a experiência de Divinolândia, onde já cultivávamos e mais as informações de meu pai, resolvemos fazer a experiência aqui e deu certo, está indo muito bem. Primeiro com a batata e agora, estamos investindo também no cultivo de cebolas”, contou.

Cultivo gera muitos empregos

Segundo Juninho, Cebola é uma cultura muito interessante para o município, principalmente, por conta da geração de emprego. “Enquanto uma área de dez hectares consome 15 trabalhadores, em uma mesma área de cebola são necessárias 115 pessoas, por conta da colheita e do beneficiamento que são ainda muito artesanais”, compara.

Explica o empresário que a cebola é arrancada do chão com máquina, mas depois o processo é todo manual, com o corte da rama feito com tesourinhas. “Estamos tentando adaptar máquinas, estamos realizando testes, mas nada está aprovado ainda, o negócio é manual mesmo, bem artesanal”, afirma.

Uma experiência bem sucedida pela empresa no município foi o plantio de uma uma variedade de cebola gigante que se adaptou muito bem no solo da região, chegando a pesar até 1,200 Kg. “Plantamos uma variedade americana pra fazer um teste e produzimos aquelas cebolas imensas, que têm o mesmo sabor, embora seja um pouquinho mais ardida. E pelo seu tamanho é ideal para locais de grande consumo de alimentos, os restaurantes, por exemplo”, explica Juninho, como que repetindo as palavras de Pero Vaz de Caminha, sobre o Brasil: "Nesta terra, em se plantando, tudo dá" .

Falando sobre a geração de emprego, Juninho destaca que no início da atividade, há dez anos, a mão de obra era bastante escassa na cidade. “Havia dificuldade, no princípio tínhamos que buscar pessoal fora e conseguir alojamento para dezenas de trabalhadores. Hoje, não, todo o pessoal da batata é de Sacramento. Já os trabalhadores da cebola, ainda estamos recrutando um pouco nas cidades vizinhas, como Santa Juliana, mas sem hospedagem, o ônibus busca e leva”, explica. 

Hoje, a empresa sacramentana está empregando uma média de 200 trabalhadores, entre os serviços nos campos agrícolas, nos lavadores, na expedição e transporte e no escritório. Mas deve ampliar. “Além de duas grandes câmaras frias, com capacidade para 60 mil caixas de batata usadas para semente, recentemente construídas, a empresa adquiriu uma área de 10 mil m² anexa aos nossos galpões, para servir de pátio”, justificou Juninho.

À frente do empreendimento, a família está toda unida, dividindo as tarefas entre os três irmãos. A unidade de Sacramento Juninho administra com o irmão, José Carlos, que viaja muito entre as demais unidades, enquanto o irmão Luiz Roberto continua nos negócios nas terras de origem. 

Para os empresários, Juninho e José Carlos, valeu a pena o investimento no município, a ponto de diversificarem a produção e ampliar o seu investimento. E quem ganha, claro é a cidade.