Adeus à Profª Glória
A professora aposentada, Glória Gomide Almeida, carinhosamente conhecida por Glorinha, faleceu às 14h00, do dia 26 de setembro, na Santa Casa de Misericórdia, aos 76, após permanecer internada durante uma semana. Após ser velada por familiares e amigos, ex-alunos e ex-colegas do magistério, diretores, alunos e professores dona Glorinha foi sepultada às 8h00 da manhã do dia 27. Dona Glorinha era casada com Alcides Almeida, de saudosa memória, e deixa os filhos Vanessa e Vânio (Mônica), quatro netos, a irmã, companheira de sempre, Vera Lúcia.
No Velório Municipal, professores da EE Cel. José Afonso de Almeida depositaram sobre o seu féretro a bandeira da escola. Os professores Carlos Alberto Cerchi e Walmor Júlio Silva lembraram a dedicação que a professora sempre demonstrou à educação, o seu jeito alegre e cativante para com os amigos, narrando ainda algumas passagens de sua vida.
Dona Glorinha: 50 anos de vida de Magistério
Glória Gomide Almeida, dona Glorinha, atuou no Magistério durante meio século, conforme os arquivos EE Cel. José Afonso de Almeida, a última onde até trabalhou até aposentar-se em 1991. Iniciou a vida na Educação como professora primária trabalhando na rede municipal, entre fevereiro de 1951 a dezembro de 1959. Em 1960 passou para a rede estadual, iniciando na EE Dr. Afonso Pena Júnior e logo foi lotada na Escola Coronel, onde trabalhou como professora e vice-diretora (1989 a 1991) e onde se aposentou.
Foram anos e anos doados à Educação e quantos, quantos alunos passaram por suas mãos, quantos colegas compartilharam suas idéias!... Quantas primeiras letras foram ensinadas!... Quantas lições!... No dia-a dia, por certo, sua vida foi sendo escrita nas lousas das escolas e por um longo tempo na Escola Coronel.
O segredo maior da vida ultrapassa qualquer regra do bom viver. E só o descobrimos quando nossa visão vai além da própria existência. Hoje, temos a certeza de que Glória foi daquelas professoras que dialogou com os seus educandos, que acompanhou, coordenou e orientou a aprendizagem. Questionou e fez pensar e se alegrava quando os alunos a questionavam. Usou o senso crítico, viveu a verdade que liberta, fez acontecer a participação nas Horas Cívicas, criou relações de solidariedade, fraternidade e justiça. Buscou quebrar a separação, a diferença e a distância que por ventura existisse entre ela, os alunos e os colegas. Quantas vezes, em vez de reprimir, estimulou a criatividade e originalidade. Ensinou a fazer fazendo. Acreditou na força da união de nossa classe e na força do fraco... Ele não existe mais, o sininho do recreio, aliás existe, mas não é usado, se o fosse teria tilintado mais triste pelos corredores nesse dia 26, pela perda de tão querida professora da nossa Escola.
Fosse professora, hoje, Glória seria, por certo, revolucionadora na Educação, mas Deus a quis junto de Si... talvez um pouco cedo demais, mas estamos certos de que Glória combateu o bom combate, viveu o seu tempo, aprendeu mais que ensinou... mas sobretudo distribuiu a sabedoria do amor. Descanse em paz, dona Glorinha.
Família Coronel José Afonso de Almeida