Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

500 Romeiros visitam Santuário Nacional de Aparecida no carnaval

Cerca de 500 sacramentanos estão na capital mariana do país, a cidade de Aparecida, SP. São os romeiros de Nossa Senhora Aparecida, que vão agradecer e pedir graças à padroeira do país. Mas alguma coisa mais liga os sacramentanos à capital da fé: a origem do grande devoto da Santa, o missionário redentorista, Pe. Victor Coelho de Almeida. Para contar a história da Romaria à Aparecida, fomos conversar com o romeiro, Volmir Manzan, que há 44 anos coordena o trabalho. E, também, com outras duas romeiras, as coodernadoras, Mariquinha Afonso e Elzinha Pontes. Conheça um pouco dessa história.

Pelo que se sabe, o pioneirismo na organização de romarias a Aparecida cabe a Adelaide Felix, há cerca de 50 anos, que mais tarde passou o encargo para João Borges da Cunha, que ficou apenas um ano, passando a responsabilidade para Volmir Manzan, 64, que permaneceu até hoje. "Durante dois anos fui a Aparecida como passageiro e no ano seguinte, o Antonio passou-me o encargo e estou firme há 44 anos", conta Volmir, que partiu nessa madrugada de sábado com três ônibus levando 150 romeiros. "A fé ainda move as pessoas, graças a Deus", diz mais o coordenador, acrescentando que o número de romeiros é mais ou menos rotativo, mas há aqueles que são cativos, como Salmeron de Paula Soares, que há mais de 20 anos visita Nossa Senhora, anualmente.
As viagens por tantos anos cria vínculos, por isso, há 35 anos, Volmir fica com sua turma no Hotel Nacional, que oferece quartos com ventiladores, TV, café da manhã, almoço e jantar. "Somos todos conhecidos por lá. Quando chegamos é uma festa", conta, informando que a agenda dos romeiros no Santuário Nacional é bastante 'light'. "Alternamos os dias com orações, passeios alternativos e momentos livres. A viagem de ida dura cerca de 12 horas, com várias paradas, respeitando as diferentes faixas etárias".
Depois de 12h00 de viagem, portanto às 17h00, os ônibus chegam ao hotel. Os romeiros têm o fim do dia e noite livres. No domingo, todos participam da missa das 8h00, a Missa dos Romeiros com visita ao Memorial de Pe. Victor, e fim do dia livre. Na segunda-feira, às 7h00, todos participam da Via-Sacra; às 13h00, seguem para o Porto Itaguaçu, onde foi encontrada a imagem da padroeira do Brasil, Na. Sa. Aparecida. Às 15h00, todos participam da Consagração a Nossa Senhora e bênção dos romeiros, fim do dia livre.
Na terça-feira, após o café da manhã, todos retornam a Sacramento, chegando por volta das 19h00. "É uma viagem muito boa, muito respeito emoção, companheirismo, os redentoristas nos visitam, porque Sacramento é referência por causa de padre Victor", conta animado, fazendo os últimos acertos para a viagem com uma empresa de ônibus de Uberaba, contratada há mais de 30 anos. Por fim, informando que nunca faltou a nenhuma romaria, diz, concluindo: "Sempre foi tudo muito bem, graças a Deus nunca nos aconteceu um acidente, apenas bênçãos e graças de Nossa Senhora Aparecida".

Mariquinha 40 anos de romarias

Maria Borges, Mariquinha, organiza romarias há 40 anos. "Iniciei com a Eni Manzam. Eu queria ir a Aparecida, o Volmir não tinha mais lugar, aí a Eni resolveu organizar um ônibus. No ano seguinte, comecei a ajudá-la na organização. Eni se casou e me passou a responsabilidade", disse, contando que nos anos seguintes teve ajuda de Amir Salomão Jacób, Maria Luzia Scalon (Nina) e, há cerca de 30 anos, formou-se a dupla, Mariquinha e Elza Pontes Pereira (Elzinha). "É uma coisa maravilhosa essa viagem, muita alegria e animação", afirma.
Mariquinha e Elzinha, que este ano levaram 350 romeiros em sete ônibus, viajam à noite na ida e retornam de dia. "Saímos às 20h30 da sexta-feira para agradar a todos, tem uns que gostam de viajar à noite, outros durante o dia, então optamos por fazer isso, vão dormindo e retornam aproveitando a paisagem. Fazemos amigo secreto nos ônibus, o sorteio é na ida e a troca de presentes, na volta, durante a viagem. Elza e eu participamos em todos os ônibus. Este anos vamos dar sete presentes e lógico, vamos ganhar sete", conta animada.
Nesses 40 anos, Mariquinha e seus romeiros hospedaram-se no Novo Hotel, por vinte anos e nos últimos 20 estão no Hotel Fortaleza. Mariquinha viajou alguns anos com ônibus de outras cidades, mas hoje dá preferência à empresa da cidade. Na cidade, cumpre como Volmir Manzan, uma vasta programação, com visitas e participação nos ofícios oferecidos aos romeiros.
Adelina Magnabosco, dentre outros, é um dos romeiros tradicionais de Mariquinha. "Há mais de 30 anos a Adelina vai a Aparecida com a gente. A Maria do Carmo (Quita) também viaja há mais de 20 anos conosco. Começamos com um ônibus e a cada ano, aumenta um pouco, este ano estamos com sete ônibus, cinco de 46 lugares e dois de 50 lugares. Há pessoas que chegam e já reservam lugar para o próximo ano.”

Nossa Senhora sorri quando chegamos

Para Volmir e Mariquinha, Nossa Senhora sorri quando chegam os sacramentanos. "Nossa Senhora já nos conhece e fica agradecida de saber que somos conterrâneos de Pe Victor. Somos muito bem recebidos na cidade e pelos redentoristas, muitos vão nos visitar nos hotéis. São muitas bênçãos que recebemos e fazemos pedidos, oramos por todos os que ficam. É uma viagem muito boa" - comentam, pedindo ambos as bênçãos a Na. Sa. Aparecida, para os romeiros e para os que ficam.

Os romeiros de Volmir Manzan pagaram pela viagem R$ 185,00. Já os de Mariquinha e Elza, pagaram R$ 200,00, a diferença se dá, porque Mariquinha dá entrada na parte da manhã ao hotel.