Incêndio destrói Madeireira Pinus Flora

Não foi fácil falar sobre o que aconteceu na Madeireira Pinus Flora. O proprietário, Fernando Guimarães, emocionado deixou que o gerente, Fabiano Motta, 34, explicasse o que aconteceu. “O incêndio começou por volta das 2h30 da madrugada. Não sabemos a causa do incêndio, aqui estavam o guarda e os funcionários no alojamento, quando o fogo começou. Fomos avisados por telefone e chegamos aqui por volta das 3h00, o fogo já havia tomado conta de tudo. Ventava muito e o fogo foi alastrando. Até conseguir caminhões de água acionar os bombeiros... e na hora a gente fica desnorteado...", Explicou, também, visivelmente emocionado.

Informou mais o gerente que o corpo de bombeiros de Araxá foi acionado, por volta das 4h00 da manhã, mas só chegou à serraria por volta das 6h00. "De Sacramento, prestaram socorro três caminhões de água, além de muita gente que veio ajudar, mas havia muito pouco a fazer, pois o fogo estava muito forte e alto", explicou, confirmando que o pinus é uma madeira altamente inflamável, que já estava seca. "Além da madeira que é inflamável, há maquinarias, óleo, fiação... tudo contribuiu", disse mais.

Desolado com a estrutura que ruía aos poucos com o forte calor e observando as chamas que ainda devastavam o resto de madeira, Motta afirmou: "Só resta a parte de alvenaria, que está também totalmente comprometida, a estrutura metálica não resistiu ao calor, vai tudo entortando e caindo. O incêndio foi devastador... só conseguimos salvar a parte onde serramos a madeira, a maquinaria não foi atingida, mas toda a parte de beneficiamento foi destruída", mostra.

Anexo ao barracã, estava o escritório com computadores e toda a estrutura da empresa, também afetado pelo intenso calor provocado pelas chamas. "Tudo foi destruído, tudo o que estava lá dentro ficou destruído, com o calor das paredes, derreteu tudo", disse mais, mostrando os restos dos vitrôs totalmente destruídos pelas chamas.

A Serraria Pinus Flora está instalada em Sacramento há pouco mais de um ano e gera 70 empregos fixos. O gerente Fabiano, natural do Paraná, está em Sacramento há cerca de oito meses.

A perícia esteve no local, pela manhã, mas devido à alta temperatura, a vistoria foi descartada. "É um baque pra gente, nunca tinha visto um incêndio, agora vamos aguardar a perícia e tomar as providências". A previsão é de que fogo arda nos próximos três ou quatro dias.

O paranaense Fernando Guimarães, proprietário da Pinus Flora, bastante desolado e com poucas condições de falar, disse apenas que há dez anos trabalha com madeira e que é a primeira vez que vive uma situação dessas e não sabe estimar os prejuízos. "Perdemos toda a estrutura, maquinarias, madeira pra beneficiamento, não dá pra estimar ainda o valor disso, mas graças a Deus não houve vítimas", agora vamos reavaliar...” comentou, ainda muito emocionado.

Entrecortado com silêncios e palavras, Fernando disse que foi muito triste. Falando com os olhos já umedecidos, não escondeu o quanto estava sentido com tudo o que estava acontecendo. “São quase cem funcionários... quando o pessoal ligou, da minha casa no Jardim Alvorada, olhei e avistei o fogo, foi triste, muito triste.. Vocês me dão licença...”