Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Expansão urbana e dimensão das ruas são temas de audiência pública

Edição nº 1466 - 22 Maio 2015

Sacramento no passado tinha administradores muito mais conscientes na defesa da qualidade de vida do que hoje. A expansão urbana resguardava ruas e passeios largos, lotes com 400 m², amplas avenidas e  grandes praças, infelizmente ocupadas com prédios ao longo dos anos.De uns tempos para cá, ficando essa expansão da cidade por conta de empresas privadas, os empresários passaram a valorizar mais a especulação imobiliária do que a qualidade de vida, até mesmo para atender o baixo poder aquisitivo da população.

A verdade é que os últimos loteamentos viraram 'Casa da Mãe Joana', isto é, tudo é possível, e o pior, sempre com a aprovação do prefeito. De uns tempos para cá, o projeto independe de aprovação pela Câmara, ficando a cargo apenas do Executivo e suas secretarias, chegando ao cúmulo de barganhas por conta de servidores desonestos, para a sua aprovação, explorando ao máximo a natureza: lotes de 200 m², o mínimo de área verde, passeios estreitos, inexistência de avenidas e daí por diante. 

Para combater esses deslizes e primar pela qualidade de vida, a Câmara Municipal promoveu na última terça-feira 19 uma audiência pública com moradores, empreendedores e representantes do poder público para discutir os projetos que versam sobre o tema: a expansão, caracterização e delimitação como zonas urbanas as áreas mencionadas, visando que desenvolvimento seja realizado de forma organizada e sustentável e também discutir o  projeto de lei complementar que altera o Código de Obras do Município. 

Com falta de propaganda, pouca gente participou do debate na Câmara. 

 

Algumas ideias tiradas na audiência

Seguindo no debate, o vereador, Pedro Teodoro destacou que a expansão de áreas urbanas nas zonas rurais como Desemboque, Quenta Sol e outras, há a necessidade de dar aos moradores os mesmos direitos da área urbana, como qualidade na água, energia elétrica e estipulação da área verde. 
Já o vereador José Maria defendeu que não há projetos de natureza política e, sim, projetos de empreendedores de nosso município. O vereador Rafael Scalon Cordeiro, questionou  se teria condições de se ter áreas verdes e institucionais dentro dos projetos. A resposta dada diz que sim,  porém não lhe foi garantido que as mesmas existirão no local. 
Já o ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges, que sempre defendeu bons projetos de urbanização, manifestou-se sobre os projetos, especialmente o que trata da alteração do Código de Obras, destacando  que se devem expandir as ruas e não estreitá-las, como vem ocorrendo nos últimos anos. 
O  promotor respondeu que as questões relacionadas à largura das ruas deveriam ter sido fiscalizadas à época e disse também ter movido ações contra proprietários de loteamentos, que estavam em desacordo com a legislação vigente. 
O promotor também criticou artigo do projeto, que afirma se tratar de “válvula de escape” para possíveis alterações nas ruas dos futuros loteamentos.