A respeito da matéria publicada por este conceituado jornal, na edição de 9 de agosto último, sob o título, 'Moradores denunciam poluição', abordando a poluição causada pela empresa Carbon4 Ltda, de propriedade do empresário, Paulo Balbino, localizada na rua São José, no bairro do Rosário, onde o mesmo, ouvido pelo jornal, afirma cumprir todas as normas exigidas para o funcionamento da dita empresa, cumpre-nos fazer algumas considerações, para melhor entendimento dos leitores, a saber:
1) Quanto ao fato do empresário Paulo citar que outras empresas foram instaladas no mesmo local, informamos que nenhuma delas jamais causou tanto transtorno quanto causa a Carbon4, sendo que a última ocupação do local, foi um depósito da Prefeitura, cujo único transtorno, foi o entra e sai de caminhões.
2) Ainda em funcionamento parcial, portanto, sem toda a carga de serviço, com certeza, a Carbon4 vai movimentar muito mais material, provocando muito mais poeira no ar e fumaça que causam ardência em nossos olhos, gerando, consequentemente, problemas respiratórios, além de um barulho irritante.
3) Afirma o empresário que o município não tem lei especifica que o proíba de funcionar, o que discordamos. Pois, pela poluição causada, conforme atestam os vizinhos em vários Boletins lavrados junto à Polícia Ambiental, a empresa Carbon4 fere frontalmente os artigos que citamos, em nossa denúncia ao jornal, 134,135 e 136, do Plano Diretor da cidade.
4) O empresário Paulo deveria ter feito, antes do funcionamento da empresa, o 'relatório de impacto de vizinhança' para a sua instalação, conforme a lei em vigor desde 2006, o que não foi apresentado às autoridades. Aliás, esse impacto ficou bem claro com o abaixo-assinado feito por 117 moradores do bairro, reconhecendo a poluição causada pela indústria, portanto rejeitando a sua instalação.
5) Em relação aos parâmetros da legislação, a Carbon4 apresentou laudos feitos por uma empresa contratada por ela mesma, sem acompanhamento de nenhum morador, mostrando o impacto de apenas uma chaminé, sem ser mencionado o depósito, os exaustores de teto, o alimentador de forno, o entra e sai de caminhões, a vibração do solo e sem termos visto ela trabalhar em sua capacidade máxima.
6) Em parte do relatório, a que tivemos acesso, parecendo que foi feito às pressas, o técnico informou, em uma das partes, que, “a avaliação não durou nenhum segundo”; sendo que o tempo previsto seria de 60 minutos.
7) Quanto ao depósito de material, guardado a céu aberto, com uma precária cobertura de lona plástica, não protege a contento, muito menos impede o vento de espalhá-lo no bairro. Sem contar que o improviso piora ainda mais a situação, quando são colocados pneus para segurar as lonas. Ora, os pneus transformam-se em verdadeiros focos de mosquito da dengue. gerando mais problemas de saúde pública.
8) Quanto aos boletins de ocorrência à Polícia Ambiental, continuam sendo feitos, mas sem resultados, com a justificativa por parte da polícia de que o inquérito já foi passado ao Ministério Público, e pouco se tem a fazer até que se finalize a apuração das denúncias.
9) Não condenamos a empresa por gerar emprego, pelo contrário, louvamos a iniciativa, porém prezamos muito mais pela saúde da população do entorno da indústria, que oxalá estivesse instalada em área industrial para essa finalidade, o que já seria uma responsabilidade do poder público. Enquanto isso não acontece, a população não pode ficar refém dessa situação e sem nenhuma providência das autoridades constituídas.
Sacramento, 12 de Agosto de 2013
Moradores do Rosário
Inf. Pub.