Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Justiça condena 30 acusados de falsificar agrotóxicos em Franca

Edição nº 1522 - 17 de Junho de 2016

A Justiça condenou 30 acusados de integrar a quadrilha especializada em falsificar agrotóxicos, em Franca. Somadas, as penas chegam a 206 anos. A sentença, assinada pelo juiz Ewerton Meireles Gonçalves daquela comarca, foi publicada no final da tarde dessa terça-feira 14. As condenações variam de três a 11 anos de cadeia para cada réu, dependendo da participação de cada um no esquema.
Apontado pelas autoridades como o líder do grupo, Eliezer Reis da Silva, o “Russo”, foi o que pegou a punição mais severa: 11 anos, um mês e dez dias de reclusão em regime, inicialmente fechado. O processo, com mais de 20 mil páginas, é o maior em tramitação na Comarca de Franca.
 O caso, que ganhou repercussão nacional e no exterior, teve início no dia 5 de dezembro de 2014, durante uma mega ação realizada em conjunto pela Polícia Civil de Franca e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Os números envolvidos na chamada operação Lavoura Limpa foram inéditos na história da cidade: 154 policiais, quatro promotores, 50 mandados de busca e 31 ordens judiciais de prisão. Os agentes usaram escutas telefônicas, cabos de fibra ótica e até drones para monitorar a rotina da quadrilha.
O forte aparato resultou na prisão de 24 pessoas e na apreensão de mais de 60 veículos, entre caminhões, carreta, Camaros, caminhonetes de luxo, uma lancha, dois jet skis, milhares de produtos usados na falsificação e cinco armas de fogo. Segundo as autoridades responsáveis pela operação, as apreensões somaram cerca de R$ 20 milhões.
 Nos meses seguintes à operação, novas apreensões foram feitas. Mais gente acabou presa. A ação penal é composta por 31 réus. O grupo era baseado em Franca, tinha ramificações em Ribeirão Preto, Igarapava e Araxá e distribuía os produtos para váriso municípios em sete estados.
Dia 15 último, 18 meses depois de  Franca ganhar fama pela falsificação de agrotóxicos, os acusados de envolvimento com a quadrilha começaram a acertar as contas com a Justiça pelos crimes de organização criminosa, adulteração de agrotóxicos e falsificação ideológica. O juiz decretou ainda o perdimento, em favor da União, dos bens apreendidos.
O advogado Reginaldo Carvalho, que defende parte do grupo criticou a sentença. “É com muito pesar que a defesa recebe esta condenação, tendo em vista o exagero fora dos parâmetros nacionais. O juiz Sérgio Moro não condenou ninguém por organização criminosa na Lava Jato, que tem crimes extremamente mais graves. Aqui, o juiz condena quem falsifica veneno. A pena é desproporcional e merece reparo de forma imediata. Vamos recorrer”, avisou.

(Fonte: Comércio da Franca/gcn.net.br/Redação ET)